FERNANDO MENDES NO LIVRO "EU NÃO SOU CACHORRO NÃO"

Quarta-feira, 04 de agosto de 2010
O Historiador carioca Paulo César de Araújo, lançou o livro "Eu Não Sou Cachorro Não", onde conta a história da MPB, de cantores da época da ditadura militar, que no período de 1968 e 1970, estavam no topo de mercado nacional fonográfico e foram sucesso. A geração de cantor e compositor; retratando mais de 30 artistas e dentre os que mais aparecem no livro, os principais; fala de Fernando Mendes, do seu início na música, em 1970, quando chegava no Rio de Janeiro, vindo de Conselheiro Pena e lançava seu primeiro sucesso, "A Desconhecida"; a ajuda e importância também, de Luíz Gonzaga na sua carreira, ao citar o fato de quando, já há 7 meses de sucesso, vendendo no Brasil inteiro, com "A Desconhecida", o FM, tem a oportunidade, que todos os artistas da época esperavam: Participar de um dos programas mais ouvidos, no horário nobre. O episódio, aconteceria, caso Luíz gonzaga, cantor de muita influência na década, não chegasse para uma apresentação no programa, nesse mesmo dia. Fernando Mendes, então, entrou junto ao Rei do Forró, que humildemente comentou ter chegado atrasado e que o FM estaria começando sua carreira. Nas páginas do seu livro, Paulo César de Araújo, resalta ainda, a música do Fernando Mendes, o Tributo a Carlinhos (um menino que desapareceu, sem deixar traços, na década de 60; um caso policial, que não foi resolvido até hoje), sendo proibido, por poder ser interpretado, como referência aos presos políticos. Sua obra, retrata os artistas que mesmo considerados bregas, sempre estavam na lista dos mais vendidos, mais tocados nas rádios e que mais frequentaram programas de auditórios mas, que também, não tiveram o devido respeito e espaços em livros, teses. Pensando assim, é que o autor, preenche essa lacuna, na historiografia da música popular brasileira. Melodias como Cadeira de Rodas, de Fernando Mendes, por exemplo, é vista, como uma das mais cantadas pelo povo, como parte do patrimônio afetivo de milhares de brasileiros e de um repertório do Brasil dos excluídos. Essa maravilhosa obra de Paulo César de Araújo, vai virar um longa-metragem, com 10 ou 12 artistas do filme, contanto as histórias desses consagrados e inesquecíveis cantores. Vale a pena conferir.